quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O Terno de Dois Bilhões de Dólares (2002)



Nome: O Terno de Dois Bilhões de Dólares (The Tuxedo).
Diretor: Kevin Donovan.
Gênero: Ação/comédia/ficção científica.
Elenco: Jackie Chan, Jennifer Love Hewitt, Jason Isaacs, Ritchie Coster e outros.
Nota: 2 estrelas.
Página no IMDb

Jackie Chan é um ator bem conhecido de qualquer público, ocidental ou oriental. Famoso por fazer ele mesmo as cenas que normalmente pedem por dublês, não raro ele se machuca ou dá ensejo a cenas hilárias que ficam para aquelas cenas depois dos créditos ou em extras de DVDs.

E sobretudo, há luta. Muita luta. O quê chama a atenção nesse filme é justamente a falta dela - ou o jeito com ela é feita. Na trama, Jimmy Tong (Jackie Chan) é um motorista de táxi, admirador de uma funcionária de uma galeria de arte. Sem coragem de convidá-la para sair, após uma tentativa frustrada de um convite, ele derruba sem querer um ciclista desavisado com a porta do seu táxi - em uma cena bizarra e ao mesmo tempo cômica, na rua de uma movimentada cidade americana.

Após se safar do ciclista irritado, ele cai no colo de uma mulher sentada dentro do seu carro. Ela lhe indica o endereço do destino e faz uma aposta: se ele chegar ao lugar desejado antes dela terminar de aplicar a maquiagem, ela vai dobrar o valor da corrida. Jimmy, claro, aceita o desafio e dirige como um louco pelas ruas.

No final, ele consegue completar o desafio e ela se apresenta como Steena (Debi Mazar), em seguida contratando-o para um novo emprego. Com um salário maior além de casa e roupas novas, ele vira o motorista de Clark Devlin (Jason Isaacs), um homem riquíssimo sobre quem ele não conhece nada.

Seu emprego novo tem regras; muitas delas. A mais importante é justamente não falar com o patrão, coisa que Jimmy faz logo no seu primeiro dia como motorista. E para a surpresa do mesmo, Clark Devlin odeia as regras e se mostra um patrão ideal, propenso a dar conselhos e presentes ao seu motorista.

Uma noite, após deixarem o drive thru de uma cadeia de fast-food, Jimmy quase atropela um sujeito - que vai embora xingando o motorista, não sem antes grudar um dispositivo estranho no porta-malas do carro. Minutos depois, um skate começa a seguir o carro, e quando Jimmy pergunta ao seu patrão por que eles estão fugindo de um skate, o mesmo responde: "É uma bomba".

Bomba de fato. Presos em um beco sem saída, os dois homens saem correndo do carro que explode, ferindo gravemente o misterioso chefe de Jimmy na cabeça. Atordoado, o motorista vê a identidade do seu patrão se transformar na frente dos seus olhos enquanto Clark murmura algo que o outro registra como um nome: Walter Strider.

Com Clark Devlin fora de cena, Jimmy retorna à mansão para procurar mais detalhes sobre o suposto Walter Strider enquanto seu patrão está no hospital. É nessa hora que ele decide provar então um terno que, ao contrário dos outros, fica protegido por uma redoma de vidro e o qual ele havia jurado não mexer na presença do seu chefe. Mas como ele não está lá...

É dada a partida para o principal mote do filme: o terno, na verdade, é um protótipo de uma arma do governo americano, com mais habilidades do que qualquer um sonharia. Sim, você leu certo: o terno é uma arma. O relógio que Jimmy usa no pulso controla as funções da roupa, e em segundos, ele começa a testar logo o modo "demolidor".

Com o patrão inconsciente e sem saber direito o quê está acontecendo, Jimmy assume o seu lugar e passa a trabalhar com Del Blaine (Jennifer Love Hewitt), uma agente secreta da mesma agência de Steena. Sem a menor idéia sobre o projeto em que eles estariam trabalhando, Jimmy vai enganando a moça até finalmente descobrir que eles estão monitorando um certo Dietrich Banning (Ritchie Coster), presidente de uma empresa de água engarrafada que parece ter alguns planos sinistros sob a manga.

Sem nunca tirar o terno, Jimmy vai descobrindo aos poucos as funções do mesmo enquanto tenta desvendar os planos de Banning ao lado de Del Blaine. Problemas de comunicação entre eles não são raros e eles sempre conseguem atrair confusão e problemas em todas as vezes - por mais que no final, eles consigam se livrar deles e impedir um estranho tipo de dominação mundial por parte de um vilão esteriotipado.

O filme é esquisito, para dizer o mínimo. A interação entre Jackie Chan e Jennifer Love Hewitt deixa muito a desejar e me pareceu forçada em várias cenas. A personagem Del Blaine também não me convence - eu nunca entendi se ela é experiente ou novata em missões de campo, se ela está tentando ser chata ou engraçada; falta alma, simplesmente.

As lutas de Jackie Chan são dispensáveis. Com um terno que supostamente faz tudo para ele, o ator está sempre preso por fios e envolvido em cenas à la Matrix, algo totalmente dispensável. O enredo que revolve em torno de um terno tecnológico, a dominação do mundo pela contaminação da água potável por insetos e uma agência secreta complicada de entender também não ajuda.

Eu esperava que a estréia de Jackie Chan nos cinemas ocidentais com seu primeiro papel de destaque fosse melhor. Bem melhor. Os fiéis fãs do ator certamente não gostaram a multidão de efeitos especiais e CGI onde poderia ter havido luta (e comédia!) real.

O carisma de Jason Isaacs (a interação entre ele e Chan é a melhor parte do filme) é inegável mas não segura um filme inteiro onde seu personagem não aparece direito. A participação especial de James Brown também é interessante, mas são esses os pontos fortes da trama. Se é que podemos chamar esse roteiro estranho e nada plausível de trama.

A minha conclusão é de que o filme é melhor do que não fazer nada por uma hora e meia, mas não vai além disso.

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