terça-feira, 25 de setembro de 2007

Piratas do Caribe: a Maldição do Pérola Negra (2003)



Nome: Piratas do Caribe: a Maldição do Pérola Negra (Pirates of the Caribbean: The Curse of the Black Pearl).
Diretor: Gore Verbinski.
Gênero: Ação/aventura/comédia/fantasia.
Elenco: Johnny Depp, Geoffrey Rush, Orlando Bloom, Keira Knightley e outros.
Nota: 5 estrelas.
Página no IMDb

Assim que eu saí da sala de projeção, eu sabia que Piratas do Caribe era especial. Depois da trilogia do Senhor dos Anéis (que eu fiz de questão de ver cada filme por três vezes por gostar demais do livro), Piratas foi o primeiro filme que me causou essa mesma sensação de precisar ver tudo de novo - e eu de fato retornei ao cinema para rever o filme que se tornaria a primeira parte de uma triologia.

O filme trouxe de volta um gênero que não aparecia no cinema há um bom tempo: a pirataria. Baseado em um dos brinquedos dos parques da Disney, Piratas do Caribe não foi preparado para ser um sucesso ou para ter continuações, um dos fatores que provavelmente deram toda a graça e o charme peculiar desse filme que, embora seja da Disney, ao mesmo tempo parece não pertencer a ela e aos seus filmes "comportados".

A história se passa no séc. XVIII, no Caribe, terras comandadas ainda pela Inglaterra. Somos primeiramente apresentados à Elizabeth (Keira Knightley) e Will (Orlando Bloom), amigos de infância que se conheceram por acaso durante a travessia marítima da Inglaterra para a América quando crianças.

Já crescidos, não é difícil perceber que o jovem vê em Elizabeth um pouco mais que uma simples amiga - mas as diferenças sociais entre eles deixam tudo isso no plano das idéias. Enquanto isso, vemos a entrada de um homem incomum, com o equilíbrio e voz de um bêbado, além de alguns trejeitos meio afeminados: Jack Sparrow (Johnny Depp), mais tarde revelado um pirata ao salvar Elizabeth de um possível afogamento (tudo culpa de um espartilho muito apertado e uma proximidade perigosa do mar).

É trancado em uma cela que ele vê um navio fantasma começar a atacar a cidade, desesperando os moradores. O navio aparentemente não é nenhuma surpresa para Jack, ou o jeito como a sua tripulação amaldiçoada se comporta - mas o resto da vila, em pânico, pensa diferente. Por fim, dois piratas encontram Elizabeth, que pede pelo parlay - direito de falar com o capitão do navio ao qual os dois piratas pertenciam, e assim ela é levada até a presença do temido Capitão Barbossa (Geoffrey Rush).

Elizabeth então consegue fazer com que os ataques parem e que o navio se retire, tudo em troca de um medalhão que ela carrega consigo desde o dia em que conhecera Will em alto-mar, quando criança. Barganha terminada, os piratas se retiraram para alto-mar... Junto com Elizabeth.

O seqüestro da filha do governador não tarda a se espalhar e Will logo se voluntaria para salvá-la - mas não é o único tomado por preocupações ou afeição por Elizabeth: Comodoro Norrington (Jack Davenport), a máxima autoridade da marinha britânica na cidade, deixa isso bem claro.

Decidindo tomar medidas drásticas, Will vai até a cadeia e encontra Jack Sparrow ainda preso por lá - os piratas deixaram-no lá de propósito após encontrarem-no na noite passada. Will pede pela ajuda do pirata para ir atrás de Elizabeth - já que os seqüestradores são piratas também - mas Jack só concorda ao saber do nome completo de Will: William Turner.

Enganando a marinha e roubando um navio, os dois saem atrás de Barbossa e sua temível tripulação do Pérola Negra, um navio tido como fantasma que assombrava as ilhas caribenhas com lendas mórbidas. No meio do caminho, um tesouro amaldiçoado que precisa ser devolvido, a constante troca de lados de Jack Sparrow e seu envolvimento com Barbossa e o navio, bem como o triângulo amoroso formado entre Will, Elizabeth e Norrington.

O filme tem fôlego para resolver tudo isso e mais um pouco, dando origem a cenas hilárias e diálogos afiadíssimos - o diálogo é, afinal, um dos pontos fortes do filme. Como não foi projetado para ser um sucesso, nenhum dos produtores de Piratas se empolgou com a idéia de grandes gastos com efeitos especiais (embora as cenas com os piratas amaldiçoados sejam espantosas), reforçando as linhas dos personagens.

Os próprios personagens são um show a parte - principalmente Jack Sparrow. O capitão pirata de jeito estranho e moral duvidosa é disparado o papel de mais sucesso que Johnny Depp já encarou até hoje, o resultado do cruzamento de Pepe LePew e Keith Richards, segundo o próprio ator. Enquanto ele é a alma do filme, todos os outros personagens contribuem com visões e atitudes diferentes, especialmente no tocante à "mocinha" do filme - Elizabeth não tem medo de piratas, ou de bater neles.

Uma história bem amarrada, com cenas de luta excelentes e uma grande dose de humor original fizeram deste filme uma das maiores bilheterias da história do cinema com suas continuações, chegando ao ponto de alterar o brinquedo original da Disney que lhe deu origem: hoje, na atração, é possível ver as figuras de Jack Sparrow e Barbossa, por exemplo.

O filme teve censura livre do Brasil (mas foi classificado como PG-13 nos Estados Unidos por causa de "cenas assustadoras"), porém não se engane: é uma obra de arte fantástica, que diverte qualquer pessoa que parar por dez segundos em frente à tela. E é também meu filme favorito - algo que eu acho que não é mais surpreendente a esse ponto.

Yo ho, yo ho, a pirate's life for me.

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